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domingo, 25 de julho de 2010

Romance moderno.

Ainda era dia quando se conheceram, não trocaram olhares, muito menos se abraçaram ou algo do tipo. Apenas trocaram endereços eletrônicos e pronto, amor ao primeiro clique, por assim dizer.
Tão estranho, tão sem afeto e tão passageiro.
Normal. Deve ser a época, início de século deve ser mesmo assim, confuso.
Mas voltemos ao nosso recém formado casal. Agora eles já trocaram um “oi” tão sem graça, sabem dos gostos um do outro, que tipo de música, filme e até a banda favorita um do outro. É fato que nunca se tocaram, nunca aconteceu um olhar mais carinhoso ou um toque mais incisivo, mas eles se conhecem muito bem sim, sabem quantos irmãos, onde mora, o time pra qual torce e tudo isso...
Conversam todos os dias, muitas vezes atravessam a madrugada trocando confidências, segredos e falando de relacionamentos anteriores. Até que um dia ele propõe que se encontrem, para que possam finalmente trocar carícias e um beijo logo de cara. Ela aceita, antes hesita, mas acaba vendo que é uma mulher do século XXI e como tal, deve se acostumar à modernidade e apenas deixar rolar.
Eles se encontram, tomam um café, assistem um pouco de tevê no point mais próximo. Acabam se beijando sim, mas sem nenhum sentimento e em uma semana ou menos, nenhum dos dois irá se lembrar do ocorrido, esquecerão tudo o que foi bom e também tudo o que foi ruim, a experiência na memória, contará apenas como estatística, como se cada pessoa que passasse pela vida de ambos, fosse identificada com um número. Não mais com o Romantismo do século XVIII, onde até o cheiro, o toque, o olhar, o andar, o falar...tudo era expressão própria de cada um e sempre ficava na memória do autor.
Isso tudo acabou, os românticos de hoje em dia nos levam no máximo no cinema(Na melhor da hipóteses).