Vivemos no século do medo. Temos medo da violência, das consequências das nossas atitudes, da solidão e acima de tudo do sofrimento.
Ninguém mais sai de madrugada, chega tarde ou passa por lugares desertos, pelo medo de ser assaltado. Verdade? Não. Ainda bem que a humanidade tem entre seus membros pessoas corajosas que não têm nada a temer. Mentira? Sim. Na verdade o medo é inerente ao ser humano, então quem nunca teve medo da violência tem medo de outras coisas.
É possível que quem não tem medo da violência tenha medo do quê suas atitudes possam causar a outras pessoas e a si mesmas. A verdade é que quem não põe a mão no fogo nunca se queima. Entretanto, a vida pode ser mais interessante para os que se arriscam, os que experimentam, os que derramam lágrimas, mas aprendem boas lições. Enfim, para os que não vivem no "como seria" e são meio inconsequentes, surpresas podem ser boas, o friozinho na barriga e o estalar da espinha sensações inesquecíveis e diferentes a cada vez que acontecerem.
Nós neste começo de milênio somos tão solitários que a todo momento queremos estar acompanhados e também tornar isso público. No fundo isso tudo se resume ao medo. Sim, o maldito medo, a insegurança, a incerteza. Não sabemos se somos queridos e amados e quando não somos atribuímos tudo a nossa aparência, nunca à personalidade. Por isso é crescente o número de pessoas com uma vaidade fútil e sem limites. Ninguém me faz engolir essa história do "me sentir bem e completo", isso não existe. Ou pelo menos não é alcançado devido ao fato de ter uma aparência impecável. Não adianta, você se enche de maquiagem, se entope de remédios e malha todos os dias por mera estética, por simples medo, por não aceitar a si mesmo, tenha a decência de assumir isso. Também tenho este problema, me acho imensa, mas basta um elogio ou mesmo um "psiu" na rua para que tudo volte ao normal e eu volte a beber coca-cola.
Depois vem o medo de sofrer, de se machucar, de apostar todas as fichas em uma pessoas que não te considera nem uma amiga, quanto mais uma pessoa pra dividir os lençóis pelo resto da vida.
Mas essas coisas acontecem, a esperança é a última que morre, então eu continuo procurando o meu
Brad Pitt parado por aí, em alguma festa ou mesmo no ponto de ônibus. Porém, a cada vez que alguém me decepcionar, sem nem mesmo perceber, não vou culpá-lo. Vou apenas olhar pra trás, aprender a lição e continuar procurando. Só que tenho que admitir, não sonho mais com a fusão de um cara gato em um carinhoso, simpático, esperto e inteligente. A perfeição não existe e eu também estou bem longe disso.
Pra finalizar, hoje eu percebi que não se pode mergulhar de cabeça em uma coisa tão incerta que nem mesmo começou. Aprendi a lição e espero não fazer de novo.
Por hora fico por aqui, já falei coisas que não deveria a respeito de muita coisa.
O texto parece meio agressivo, mas a proposta não é bem essa, só um momento de raiva, talvez de mim mesma.